APM quer ajudar Suape a superar a barreira do 1 milhão de TEUs

Sem um novo operador, Suape pode ter sua capacidade de movimentar contêiner esgotada em 2027.

Até julho de 2026 entra em operação o Terminal de Uso Privativo (TUP) da APM Terminals no Porto de Suape. A empresa do Grupo Maersk está determinada a ajudar Suape a quebrar a barreira do 1 milhão de TEUs ( uma medida-padrão utilizada para calcular o volume de um container.) num futuro próximo, conforme disse com exclusividade a esta coluna Movimento Econômico o diretor presidente para Suape da APM Terminals Américas, Aristides Júnior.

A expectativa com o porto pernambucano é grande. Suape está localizado no centro de um raio de 800km no Nordeste, região que responde a quase 14% do PIB nacional, o que lhe credencia a se tornar um hub regional. 

Para alcançar seu objetivo, a APM quer trazer navios norte-americanos e asiáticos para o Nordeste, mas entende que só provido de infraestrutura Suape consegue virar destino de novas rotas. E os investimentos para isso alcançam R$ 1,6 bilhão na primeira de três etapas do projeto. Ao final de 10 anos, a empresa deve somar investimentos de R$ 2,8 bilhões no atracadouro pernambucano. 

Sem um novo operador, Suape pode ter sua capacidade de movimentar contêiner esgotada em 2027, de acordo com estudo da Centronave – uma associação de empresas de navegação que reúne companhias como a própria Maersk. No entanto, com o TUP da APM Terminals, a movimentação geral em Suape deve crescer 55% na fase inicial das operações, com os estimados 400 mil TEUs que devem ser movimentados apenas pela companhia norueguesa. E espaço não falta para crescer. A área do TUP tem capacidade para movimentar dois milhões de TEUs. 

O terminal de contêiner da APM Terminals será o primeiro 100% eletrificado na América Latina. Só não será zero em emissões de carbono porque os caminhões que o atendem usam diesel.
A APM Terminals já conta com um time local, que está ocupando provisoriamente parte das instalações do Estaleiro Atlântico Sul (EAS), de quem adquiriu um terço da área para o TUP. A transação envolveu R$ 455 milhões e contribuiu para amortizar em 40% a dívida do EAS, que está em recuperação judicial e aos poucos vai se reerguendo.

O TUP da APM abre um campo potencial para novos negócios na região, porque vai exigir novas estruturas na cadeia de logística, como armazéns e frigoríficos, impactando do mercado imobiliário às empresas de distribuição de mercadoria.

fonte: Folha PE